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Descobrir Símbolos Femininos de dizer Deus

Numa estação (teológica), como a que vivemos, em que se vem acentuando a necessidade da passagem de um pensamento teológico especulativo a uma teologia narrativa (Maria Clara Bingemer, 2018), em que um dos loci theologici é a autoridade daqueles que hoje, mais nas fábricas, nas ruas, ou nas prisões – ou, tão recentemente ainda, nos lager e nos gulag – do que, porventura, nos claustros se oferecem como mediação de uma absoluta responsabilidade pelo outro, modo de presença de Deus no mundo, biografia para (e com que) contar, quadrará bem que símbolos femininos de dizer Deus estejam cada vez mais presentes. De acordo com Isabel Gómez-Acebo (2014), o feminino aproxima-nos da terra e de tudo o que está relacionado com o ciclo da vida: gestação, nascimento, nutrição, morte, a ideia de proteção, abrigo, calor. As imagens paternas/masculinas falam-nos do lugar que temos de alcançar, como o céu, identificando-se, ainda, com a razão, o espírito e autoridade: “frente à obscuridade, à descida à intimidade e à lua do mundo materno, o masculino projeta a luz e o sol.”
É preciso subir para alcançar os seus valores, que exigem um esforço que se mede e regula através da lei e da justiça” (2014, p.184). Se o masculino privilegia, pois, a transcendência e o feminino a imanência - e ainda que, evidentemente, devamos, aqui, sublinhar a necessidade de superar estereótipos e a universalidade potencial de cada uma das abordagens nas imagens/conceções de Deus (portanto, passíveis de estarem presentes quer entre homens quer entre mulheres; no entanto, tomados assim enquanto “tipos ideais”) -, esta será a hora de recuperar e relembrar o Deus-mãe que não julga os filhos com os mesmos olhos e a mesma medida com os outros o julgam (“Bernardo Claraval dizia que não havia pecados perante Deus mãe, pois para ela todas as coisas negativas eram travessuras infantis”, p. 187); o útero materno do calor e a presença tranquilizante da Mãe, a certeza da fidelidade materna (ideias implicitamente presentes na espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus); as (maternas) dores do parto, presentes no Cristo que se oferece por amor, na gestação de uma nova Humanidade (um Deus que é pessoal e não impassível perante as dores do mundo); um Deus que atua quando o Espírito amolece os corações de pedra para que, como as mães, amamentem os famintos.
Etty Hillesum – e no fragmento podemos ver o Todo - não quis descer do lager, a judia que podia ter fugido mas que preferiu cuidar dos moribundos no campo de concentração, que interessa lá viver mais um dia?, enquanto contemplava um jasmim, e, no entanto, não tenho culpa de não achar a vida desprovida de sentido, e, dirigindo-se ao Deus com quem dialoga em permanência, ousa dizer-Lhe que estará ali para O ajudar (quando Ele não a puder, de modo direto, ajudar a ela), Ele que de modo imediato não suspenderá as leis da natureza (deus-bombeiro).

Deus é a realidade da realidade, sempre presente no mundo), mas que operará sempre que eu assumir a responsabilidade ética pelo outro (o rosto do outro que me remete para o Outro e que me diz “Não matarás”). Como recorda José Tolentino de Mendonça (2018), um dos passos bíblicos que continua a fazer-nos estremecer dá-se quando Jesus exorta a samaritana: «Dá-me de beber» (Jo 4,7). Habituados a ir à fonte, esperando ser nós os saciados, somos confrontados com uma tarefa que continua a ser nova: assumir, por completo, em liberdade e responsabilidade (autonomia heterónoma), essa vocação de corresponder à mais íntima das sedes (intimior intimo meo, Agostinho) que trazemos connosco e procurar responder-lhe por inteiro.
O Papa João Paulo I disse-nos que Deus é tanto Pai como Mãe, e estando para lá do sexo, convida-nos, neste tempo, a considerar a necessidade de sopesar o modo como nos temos detido a procurar contemplá-Lo (Deus que está, é certo, para lá de qualquer definição, imagem, conceito que Dele tenhamos – «de maior nada pode ser pensado», «se compreendes, não é Deus», sabendo-O, em razão crente que abarca a pessoa toda nas suas múltiplas dimensões não captadas pelo estrito positivismo, é certo, presente no Amor; «Deus é [como o] Amor» 1 Jo 4:8).

Pedro Miranda | Professor de EMRC  
                                                                                                                                   

O Broas

Igualdade de Género


A Igualdade de Género é assunto de extrema importância, debatido a nível global, afeta todos os países do Mundo, tema de debates, colóquios, agendas nacionais e internacionais. A definição de igualdade no dicionário espelha o objetivo de todas as reflexões elaboradas acerca do tema: “o princípio de organização social segundo o qual todos os indivíduos devem ter os mesmos direitos, deveres, privilégios e oportunidades.”. Contudo, desde os primórdios da Humanidade, que as desigualdades com base no género ocorrem, afetando sobretudo as mulheres: consideradas inferiores, menos capazes, fracas.

Focando-nos na discriminação da mulher, tanto a nível social como em termos de direitos políticos, encontramos relatos aterradores e muito claros ao longo do percurso da História. Nas civilizações clássicas, dadas como exemplos supremos de cultura, descobrimos a democracia ateniense, que não considerava as mulheres cidadãs. Elas tinham uma posição de inferioridade social em relação aos homens, dedicavam-se às tarefas domésticas, ao cuidado dos maridos e à criação dos filhos. As mulheres eram obrigadas a ser subservientes aos seus cônjuges e a prestar-lhes total fidelidade. Eram proibidas de conviver com indivíduos do sexo oposto, excetuando os seus parentes, após o casamento.

Na Idade Média, a situação das mulheres não era melhor. Poucas sabiam ler ou escrever, no entanto, todas sabiam cozinhar, costurar e cuidar da casa. As mulheres do povo trabalhavam na agricultura, tecelagem e contribuíam para subsistência da família.

Na Idade Moderna, com o capitalismo, a mulher começa a ter pequenas conquistas: desempenhava um papel crucial na economia familiar, auxiliando o marido nos negócios e empregando-se no serviço doméstico e nas oficinas têxteis. As mulheres pertencentes à aristocracia obtiveram igualmente direitos: administravam a casa e conquistaram o “direito” de discutir com os seus maridos assuntos como a filosofia e a literatura. Contudo, há retrocessos: registou-se um aumento do número de prostitutas, devido ao alastrar da pobreza.

Na Idade Contemporânea, foram conquistados os maiores direitos para a mulher. Em 1893, a Nova Zelândia foi o primeiro país do Mundo a dar o direito de voto às mulheres, graças ao movimento liderado por Kate Sheppard.

Em 1945, a igualdade de direitos entre homens e mulheres é reconhecida na Carta das Nações Unidas. A pílula contracetiva, que surgiu no início da década de 60, do século XX, originou a revolução dos hábitos sexuais e permitiu à mulher gerir a sua vida sexual e controlar o número de filhos. Devido à 1.ª Guerra Mundial, a mulher começou a trabalhar em empregos até então ocupados pelos homens.

Não obstante as conquistas já efetuadas, a desigualdade de género prevalece, sendo mais visível nos países em vias de desenvolvimento, onde a igualdade é uma utopia. Em pleno século XXI muitos países continuam a recusar os direitos à sua população feminina.

No domínio religioso, a mulher desempenha um papel de subalternidade face ao homem. Esta ideia está expressa na Bíblia, no Corão, em todos os textos religiosos que fundamentam as religiões. Os casos mais flagrantes de desrespeito são os do Hinduísmo e do Islamismo, sobretudo o fundamentalista. O primeiro é a religião mais praticada na Índia, as mulheres indianas estão no topo das estatísticas mundiais em termos de prostituição, assassinato, abuso de raparigas menores, mulheres vendidas como escravas e vítimas do vírus da SIDA.

Na religião islâmica, mais grave na vertente fundamentalista, considera-se a mulher um mero “objeto”. São chocantes os comportamentos: o homem pode bater na mulher, a poligamia é aceite, as mulheres estão proibidas de liderar e só se podem casar com autorização do pai. São consideradas “imperfeitas”, tanto em termos de mente como de testemunho, e não podem recusar ter relações sexuais com os seus maridos. No Ocidente é considerado violação, para os muçulmanos, é simplesmente um direito.

Para alcançarmos a igualdade de género, algo que deveria estar assegurado, há muito a ser feito. Homens ou mulheres somos, todos, seres humanos.
Em Portugal, há mais mulheres licenciadas que homens. Não obstante, os homens ganham mais 17,8% do que as mulheres pelo mesmo trabalho e no mesmo período de tempo.

No campo da violência exercida sobre o sexo feminino, os dados são aflitivos. Segundo a OMS, estima-se que 35% das mulheres em todo o mundo já tenham sofrido qualquer tipo de violência sexual por parte do companheiro ou por parte dum desconhecido. Em Nova Deli, 92% das mulheres afirmam ter sido vítimas de violência sexual em espaços públicos.

Toda esta desigualdade de géneros a que assistimos assenta em crenças, ideias, valores religiosos, sociais e políticos, atividades laborais discriminatórias e desigualdade salarial entre homens e mulheres, designadamente no mundo empresarial. Este problema cultural persiste. Sobretudo nos dois últimos séculos, várias organizações têm feito o possível e o impossível para o combater: desenvolvem ações de antidiscriminação e de política afirmativa quanto à igualdade de género. Destacamos a Organização das Nações Unidas e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que defende que «todas as crianças tenham iguais oportunidades para desenvolverem os seus talentos».

Dia 1 de janeiro de 2018, entrou em vigor, na Islândia, a primeira lei que proíbe que se paguem montantes inferiores às mulheres que ocupem o mesmo cargo e desempenhem as mesmas funções que um homem; as empresas que empreguem 25 ou mais trabalhadores ficam sujeitas a multas se não praticarem a igualdade de salários. Este é um dos fatores que leva a Islândia a ser, pelo oitavo ano consecutivo, o melhor país do mundo para as mulheres.

A transformação e desconstrução das representações sociais acerca da mulher e do homem são um processo urgente, ainda que lento. É crucial desconstruir os estereótipos sociais, que desenham o homem como sendo forte, viril, desprovido de quaisquer sentimentos ou emoções, racional, e a mulher como um ser fraco, sentimental, tomada pelas emoções.

Como findar estes abusos e discriminações baseadas no género? O processo passa pela educação, sendo que o sistema educativo se estrutura, também, como um espaço sensível e privilegiado no âmbito das questões do género, desde o ensino pré-primário até à universidade e à formação profissional. Assim, é necessário educar as crianças a respeitarem todo e qualquer ser humano, independentemente de fatores arbitrários, tal como o género.

Em conclusão, nunca devemos deixar de lutar por um mundo mais igualitário. Como raparigas, futuras mulheres e, acima de tudo, seres humanos, merecemos habitar num lugar justo, com igualdade em todas as áreas da vivência humana. Lutamos pela concretização de uma utopia pintada nos desejos de todas as mulheres que foram presas, torturadas, até mortas, por defenderem os seus direitos.         

Rita Simões - Sofia Lopes | 11.º F


O Broas

Sagradas Escrituras...

Teresa Bastos | 8.º E

Sagradas Escrituras é outra forma de designar a Bíblia. Esta obra é partilhada por várias religiões. O Antigo Testamento, a chamada Bíblia Hebraica, a parte mais antiga da Bíblia, é comum ao judaísmo e às religiões cristãs: Católica, Ortodoxa, Luterana, Anglicana, Calvinista… O Novo Testamento é partilhado por todas as religiões cristãs, embora haja algumas diferenças no número de livros.
Alguém disse: Ninguém é suficientemente culto se não conhecer a Bíblia. Não é necessário ser crente para que esse conhecimento deva existir. Se queremos compreender o Mundo em que vivemos, os valores em que assenta a civilização ocidental, temos que conhecer a obra bíblica.
O conjunto dos livros que constituem a Bíblia, 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, foram escritos na Antiguidade, ao longo de 1 600 anos, por cerca de 40 pessoas, todos homens.
A Bíblia foi e é fonte de inspiração para estudos científicos, obras artísticas, quem não lembra a beleza da Pietá de Miguel Ângelo, e literárias com destaque para romances, poesias... quem não lembra o poema Raquel de Luís de Camões: Sete anos de pastor Jacob servia / Labão, pai de Raquel, serrana bela; / mas não servia o pai, servia a ela, / E a ela só por prémio pretendia. Existem múltiplos documentários. O cinema, desde as suas origens, sempre explorou os temas bíblicos, desde os velhinhos Ben-Hur, Os Dez Mandamentos e Quo Vadis aos mais atuais A Última Tentação de Cristo, A Paixão de Cristo e o filme de animação O Príncipe do Egito, visto por milhões de crianças e adultos.
As referências a episódios e personagens bíblicos estão presentes no quotidiano, quem nunca disse: Eu sou como S. Tomé, tenho que ver para crer!
A Bíblia fascina crentes e não crentes. É o livro mais traduzido e calcula-se que já terão sido impressas mais de 6 mil milhões de Bíblias. O pai da imprensa no Ocidente, Gutemberg, no século XV, escolheu a Bíblia para primeiro livro a imprimir. Essa tarefa ocupou-o durante 3 anos e teve a colaboração de 20 trabalhadores. Imprimiram os primeiros 180 exemplares desta obra, que tinha 1282 páginas.
Há muita gente não crente que se afirma cristã porque gosta da mensagem de Jesus Cristo, o amor aos outros, o olhar o outro como um ser humano igual a nós mesmos e não um estranho. É uma mensagem que está sempre muito atual e evitaria inúmeros problemas à Humanidade se fosse mais praticada.
A Bíblia, focando-se na essência do ser humano, permanece válida para todos os tempos. No passado e no presente somos capazes de adaptar a sua mensagem ao mundo em que vivemos.
Acreditando no que se quiser acreditar, ou mesmo sem acreditar em nada, deixamos uma sugestão: descubra a Bíblia, vai gostar e ficará um pouco mais culto.

 Alunos de EMRC do 8.º ano


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