A Escola e as Pessoas - Professora Rosalina Sampaio

Rosalina Augusta Soares Alves Sampaio
Natural de Chaves - criada em Guimarães e Lisboa
Licenciada em História pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa
Professora de História há 24 anos
Casada - mãe de dois filhos
O tema do jornal “obrigou-a” a descobrir o mundo das redes sociais. É uma área a explorar!
 





A escolha desta fotografia
é uma homenagem à irmã Bernardette
a pessoa mais importante da minha infância.







A Escola de S. Pedro entrou, de modo efectivo, na minha vida quando saíram os resultados do concurso de colocação de professores de 2009 e passei a pertencer ao quadro definitivo desta Escola. Consegui, à terceira tentativa, ser colocada em Vila Real, na primeira escola que escolhi.  Quando aqui me apresentei, não era a primeira vez que entrava na Escola. O ter sido, muitos anos, correctora de exames nacionais do 12.º ano conduziu-me, a ela, em diferentes anos. Gostei da entrada e do arvoredo, mas constatei o quão velhinha a Escola era no interior. Nesta Escola, satisfiz um grande desejo: dar aulas em salas com estrado. Não tem nada a ver com autoritarismo, é prático e permite uma visão excelente e completa da turma. Espero que as obras de remodelação não os eliminem.

A minha vivência na Escola é curta para ter uma visão definitiva. Comparando com outra, em que trabalhei muitos anos, reconheço que esta funciona muito melhor a todos os níveis. Apercebi-me que quanto maior é o meio, melhor é a preparação dos alunos e mais interventivos são os encarregados de educação. Por vezes, com alguns exageros.  A Festa das Broas foi uma descoberta inesperada e agradável. 

Quase 50 anos de vida dão-me tolerância, novas perspectivas e permitem-me relativizar muito do que considerava importante. Por outro lado, tira-me paciência para a estupidez, ignorância e afins, fanatismos e outros “ismos”. Desgosta-me a “nostalgia” do Salazar que vejo, por vezes, evocada. Eu tinha 12 anos no 25 de Abril de 1974 mas lembro-me bem do nível de vida da maioria das pessoas. Era muito mau. Fico pesarosa quando ouço criticar, por hábito, o país e os Portugueses. Quando vivemos no estrangeiro, eu vivi ano e meio em Paris, reconhecemos o quanto amamos o nosso país e valorizamos os aspectos positivos. Já sobrevivemos a quase nove séculos de História (completam-se a 5 de Outubro de 2043), havemos de ultrapassar todos os escolhos que vão surgindo no caminho. Lamento o “abandono” a que foi votada a História, sobretudo a História de Portugal, no Ensino Básico. A História é fundamental para nos situar no Mundo e desenvolver competências e valores como o espírito crítico e a tolerância. Citando Norman Cousins “A História é um enorme sistema de aviso prévio.” Talvez se os políticos soubessem mais História não cometessem os erros que fazem. O talvez está a mais!

Para os próximos tempos queria, sobretudo, tempo. Tempo para coisas simples, prosaicas, ou mesmo ridículas para alguns, que me renovam a alegria e me apaziguam com a vida. Tempo para ir procurar violetas, nas margens dos rios, ribeiros e riachos, para mergulhar os pés e pernas nos rios de águas mansas. Um dos meus sonhos é ter uma casa nas margens de um ribeiro. Queria tempo para ler todos os livros maravilhosos que ainda não li, ver ou rever todos os filmes que me apaixonam, voltar a extasiar-me perante os Nenúfares de Monet no Musée de L’Orangerie, em Paris, deslumbrar-me, “encore une fois”, com as rosáceas de Nôtre-Dame, contemplar a nossa Custódia de Belém, para mim a obra de arte mais bonita do nosso património artístico, no MNAA (Museu Nacional de Arte Antiga). Tempo para (re)visitar castelos e museus. Dois meses para percorrer, em Itália, os caminhos do Renascimento. Florença, Siena, Veneza, Roma...

Procuro, nas aulas e actividades que desenvolvo com os alunos, transmitir o conhecimento e a grandiosidade da nossa História e o respeito pela nossa identidade e cultura. Viva Portugal!


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