Perspetivas de Portugal... o olhar de Thompson Thomas da Silva


Thompson Thomas da Silva
19 anos de idade - Natural do estado de Goiás (centro-oeste) do Brasil
Residente em Portugal há três anos.
 A primeira grande diferença para os Brasileiros que chegam a Portugal é o clima. Cheguei em fevereiro e descobri que gosto do frio. Guardarei para sempre a alegria imensa que foi ver nevar pela primeira vez.
O primeiro choque que tive, logo no aeroporto, foi o uso, frequente, de palavrões. Soa-me estranho, não estava habituado. Muitos Portugueses têm o palavrão demasiado fácil. A primeira impressão que tive dos Portugueses foi de que eram gente fechada, pouco sociável e pouco simpática. Entretanto, mudei de opinião.
Nas áreas da vida portuguesa que fui conhecendo: segurança, educação e saúde há uma grande diferença em relação ao Brasil. Aqui as coisas funcionam melhor e há mais organização. A escola pública portuguesa tem muito mais qualidade. Os professores preocupam-se mais com os alunos, estimulam-nos e investem mais no seu sucesso.
Na gastronomia, também encontrei grandes diferenças. Foi aqui que, pela primeira vez, pude provar  camarão e bacalhau. No Brasil são produtos de luxo, só acessíveis a poucos. Gosto muito de ambos. Bacalhau com natas é uma delícia. Descobri o arroz de pato que adoro. No entanto, tenho saudades da jabuticaba e do piqui. A primeira é um fruto, o segundo não sei bem, tanto dá para doces como para acompanhar pratos de carne ou peixe, fazer arroz....
Estranhei o desperdício de água, a rua onde eu moro é lavada todas as semanas. É um exagero. Estranhei os escassos hábitos de higiene de algumas pessoas idosas. No verão não consigo tomar menos de três banhos e no inverno dois, mas não gasto muita água.
O nível de vida que tenho aqui é superior ao que tinha no meu país. Se arranjar emprego quero cá ficar, caso contrário, pretendo tirar o curso de Psicologia e depois voltar, o certificado português vai ajudar-me a ter uma vida melhor. Tenho receio que a minha mãe e irmã regressem ao Brasil antes de eu acabar o curso. Não sei o que farei, provavelmente, fico.


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