Fui Colega de Estudos de...

Rui Barreira Zink  - 1961

Licenciei-me em Estudos Portugueses, em Lisboa, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova, em 1984. Entre os meus colegas estava um que se tornou figura pública, um dos intelectuais mais conhecidos dos portugueses, não só pela sua participação no programa televisivo A Noite da Má Língua, mas também, pela produção escrita de mais de duas dezenas de obras (ensaios e ficção, BD, teatro...), várias vezes premiadas. Escreve, ainda, crónicas para o jornal Público e o jornal gratuito Metro.
Nas memórias que tenho dele sobressaem a sua capacidade interventiva nas aulas, a boa-disposição e a displicência no modo de vestir. Era um dos melhores alunos. Hoje, é professor do  departamento de Estudos Portugueses, na Universidade em que estudámos e é considerado o introdutor da escrita criativa em Portugal.

Se ficaram com vontade de conhecer melhor a obra deste escritor ficam aqui algumas sugestões: Apocalipse Nau - Anibaleitor - O Suplente - Os Surfistas - Hotel Lusitano Luto pela Felicidade dos Portugueses - A Instalação do Medo Na Biblioteca da Escola existe um livro de sua autoria intitulado O Suplente. É para os mais velhos.
 Augusta Coutinho | Professora de Português e Bibliotecária


Pedro Manuel Mamede Passos Coelho - 1964

Fui, durante o terceiro ciclo e o secundário, condiscípulo do atual Primeiro Ministro.
A turma em que estávamos integrados era considerada de muito bom desempenho; a grande maioria dos alunos concluiu um curso superior. Havia alunos que se superavam, mas ele era, na realidade, superior, o mais interventivo e culto. Questionava, de modo civilizado e educado, o que os diversos professores ensinavam. Tinha um poder de argumentação muito desenvolvido, alicerçado nos conhecimentos adquiridos através das muitas leituras que fazia há muito, mais que qualquer outro. Gostava de polemizar, de explorar as diferentes perspetivas de um tema. Era capaz de pronunciar-se, de modo fundamentado e consistente, sobre temáticas muito diversas.
Por sermos, certamente, de naturezas diferentes não éramos muito próximos, não tínhamos  uma amizade profunda. Sempre gostei de desporto; as aulas de Educação Física eram as minhas preferidas, ele, ao invés, raramente as cumpria a coberto de atestados médicos.
Já adultos, e cada um para seu lado, contactamos, esporadicamente, quando ele era Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real, de forma breve, embora cordial.
Luís Fontinha | Professor de Educação Física

Carlos Fiolhais - 1956

Nota Prévia - Nunca fui colega de turma do Carlos Fiolhais. Quando entrei na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, ele já frequentava o 2º ano. Fui colega de turma do irmão, Manuel Fiolhais, também ele, na atualidade, docente da Universidade de Coimbra. Esclarecida esta questão, posso afirmar que fui "colega" e sou amigo do Carlos Fiolhais. A lembrança que mais tenho presente, do tempo em que éramos estudantes, era a sua boa disposição, a sua gargalhada, que ecoava pela faculdade, denunciando a sua presença. Era, e é, uma pessoa muito audível, que cultivava a boa disposição e tinha um grande sentido de humor. Havia sempre um grupo à sua volta para ouvir a sua "leitura" do que ia acontecendo, na Universidade, no país, no mundo. Tinha a grande capacidade, sabedoria e subtileza de encontrar o lado cómico, recreativo e irónico em quase tudo. Ao seu processo de narração valia a pena assistir. A sua risada franca, sonora e demorada contagiava toda a gente. Aliava esta alegria permanente ao excelente desempenho como aluno. Os professores reconheciam e afirmavam que o Carlos Fiolhais era o aluno mais brilhante que tinha frequentado o curso de Física, até então.
Ainda hoje nos encontramos, com menos frequência do que desejaria, mas a sua vida é muito preenchida. No ano passado, aceitou o convite para vir à UTAD dar uma palestra sobre a ligação entre Literatura e Ciência. O Auditório estava repleto e todos gostaram, como sempre acontece quando ele fala, de o ouvir. Tem a capacidade de tornar fácil e acessível o conhecimento complexo. Desenvolve um trabalho extraordinário na divulgação da Ciência no nosso país. Promove-a escrevendo livros didáticos e divertidos, com muitas curiosidades. Há muitos capazes de explicar a Ciência, mas há poucos que consigam explicá-la de modo simples e agradável. Carlos Fiolhais é um deles. Os mais de quarenta livros que já escreveu e o êxito que alcançam são a prova de que a sua “demanda” é um sucesso. Os títulos das suas obras, por exemplo: Física Divertida - Nova Física Divertida mostram que o sentido de humor permanece intacto desde os tempos de estudante na Universidade de Coimbra. Se gostam de ler e divertir-se, os seus livros são uma boa escolha para descobrir nestas férias que se aproximam. Alguns títulos:

 Darwin aos Tiros e Outras Histórias da Ciência - A Coisa mais Preciosa que Temos - Curiosidade Apaixonada - Breve História da Ciência em Portugal - Ciência a Brincar 
 Afonso Pinto |  Professor de Ciências Físico - Químicas


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