Acordo Ortográfico - Perspectivas para o Próximo Ano Lectivo...

Novidade? Não. O acordo ortográfico não é uma novidade. As vontades de mudanças na Língua Portuguesa surgem desde 1911, sendo a mais recente datada de 1990. As mudanças pretendem uma aproximação da oralidade à escrita, simplificando o ensino e aprendizagem, unificando os países de língua oficial portuguesa e fortalecendo a cooperação entre os países da CPLP, ou seja, Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Claro está que estas mudanças não agradaram a todos. A etimologia das palavras perderá o seu valor, a sua força, a sua razão de ser em muitos casos. Este novo acordo irá obrigar à publicação de manuais novos para as instituições de ensino, de novos documentos oficiais, modelos burocráticos e tantos outros. Muitos são os argumentos contra ou a favor deste novo acordo. Na verdade, o grande receio é o de adaptação. Adaptação de todos os que aprenderam, ensinaram com uma grafia específica e que vêem, de repente, uma alteração a muito do que aprenderam. O afecto, porque afinal é disto que se trata, será sem dúvida abalado.  Mas, sejamos realistas: a Língua Portuguesa é uma língua viva e, como tal, em constante mudança. Estamos perante uma mudança, radical para alguns, nova para as crianças que vão dar os seus primeiros passos no mundo das letras. E, se a mudança assusta, também é necessária. Chamamos a isto evolução da língua. O novo acordo entrou em vigor já em Janeiro de 2009, decorrendo um período de transição e adaptação para todos. No próximo ano lectivo, todos teremos de fazer um esforço manifestamente significativo para, não só ensinarmos como aprendermos as novas regras. Mas, afinal, que mudanças são essas? Eis alguns exemplos:
O alfabeto nacional passa a incluir as letras k, w e y.
Os meses do ano, os pontos cardeais serão escritos com minúscula.
Será permitida dupla grafia (maiúscula ou minúscula) em expressões de tratamento, sítios públicos e edifícios (ruas, avenidas, praças), nos nomes de disciplinas ou campos do saber (história, português).
Suprime-se a consoante muda, em palavras como: ação, adoção, egito, direto.
Anulam-se acentos gráficos em palavras graves. São exemplo: veem, pera.
As palavras acentuadas nos ditongos “oi” e “ei”, perdem o acento: estoico, asteroide.
O hífen é também anulado em situações específicas, como nos seguintes exemplos: extraescolar, autoestrada, no verbo haver: hás de, hei de.
Algumas palavras poderão ter dupla grafia devido às diferentes pronúncias que variam de país para país. Assim temos, infeccioso/infecioso; característica/caraterística; facto/fato, e outros mais.
Outras mudanças há mas que não cabem aqui. O melhor será mesmo adquirir um daqueles livrinhos de bolso para estar sempre actualizado. E que bem que vai saber ver todos e todas de livro na mão à procura da grafia certa! A procura do conhecimento não é vergonha, é, sim, a certeza de estar vivo. Entretanto, ao escrever este pequeno artigo, muito se queixou o meu portátil! Ele também tem de se actualizar ou atualizar!!
                                                               Paula Cardoso - professora de Língua Portuguesa

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