Ouvir quem sabe...
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
15:05
Etiquetas: As pessoas contam , História da Escola , Testemunhos
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O Professor Aires é natural de Nogueira - Vila Real, é licenciado em História e leccionou nesta Escola de 1975 a 1978 e de 1987 a 2007. É autor de várias obras de História local e poesia. Escreveu a História da Escola Secundária S. Pedro. Sobre esta obra fomos consultá-lo e aprender.
Quando e como surgiu a ideia de escrever a história da Escola?
Penso que tudo começou em 1991, o mais tardar em 1992. Neste ano tinha sido editado o meu livro sobre a Escola Secundária de Camilo Castelo Branco, por ocasião dos 150 anos do início da actividade desse estabelecimento de ensino. Num dia, impossível, agora, de precisar o professor Fernando Meireles, presidente do Conselho Directivo, em conversa, pensou alto, e bem, que se eu escrevera a história do “Liceu” porque não escrever a da Escola onde era professor? Eu ouvi-o. Ele tinha razão. Aceitei o desafio e iniciei o trabalho de pesquisa. E em 1995, em Junho, num almoço-festa dos Antigos Alunos e Professores da Escola, o livro foi apresentado à comunidade.
Quais as fontes que consultou para escrever esta história/obra?
Foram muitas as fontes consultadas, como o livro atesta. Como ponto de partida, recorri ao arquivo existente na Escola: livros de actas do conselho escolar, do conselho pedagógico, do conselho directivo, das comissões de gestão, livros de correspondência expedida e recebida, livros de matrícula, livros de registo de exames. Depois foi necessário partir para a pesquisa no exterior: actas da câmara municipal, jornais locais, diários do governo. Finalmente, foi necessário ler obras de referência sobre o ensino em Portugal, nos séculos XIX e XX.
Houve alguma informação/facto que o tenha surpreendido?
Quando iniciamos uma pesquisa sobre um assunto sobre o qual não há nada de sistematicamente escrito, nada nos pode surpreender, mas, por outro lado, tudo nos surpreende. Nada nos surpreende porque estamos à espera de desvendar “mistérios”. Depois estes mistérios podem revelar-nos coisas de que nunca estaríamos à espera. Explicando: não me surpreendeu as instalações onde funcionou a escola. Surpreendeu-me ter começado com um só professor que, obviamente, era também o director. A maior surpresa, ainda que de pequena monta, foi ter encontrado um documento em que se pedia à Escola que indicasse os materiais de que necessitava por conta das indemnizações que a Alemanha tinha de pagar aos Aliados, no âmbito do Tratado de Versalhes de 1919, que selou o fim da Primeira Guerra Mundial. Mas houve uma dificuldade maior que durou meses de pesquisa: encontrar a localização da escola depois de ter saído da Rua da Portela. Lidos muitos papéis, muita correspondência oficial, vários livros de registo, sempre foi possível encontrar, num parágrafo, o que ainda faltava.
Esta sua obra tem 15 anos. Pensa fazer uma actualização da mesma?
Não vou fazer uma 2ª edição actualizada. Em Vila Real não é fácil editar. O público leitor é reduzido e menor ainda aquele que tem interesse directo por este tipo de História. O exemplo está na própria Escola Secundária de S. Pedro. Aquando da publicação da História da Escola Secundária de S. Pedro, a generalidade dos professores passou ao lado, ignorou pura e simplesmente o facto. Valeu o esforço para a primeira edição, porque a Escola teve a “sua” História. Agora há que pensar em outras iniciativas.
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