A Presença de Vila Real na Guerra em África
segunda-feira, 25 de junho de 2012
12:08
Etiquetas: Atividades escolares , Olhares e pareceres , Parlamento dos Jovens
Etiquetas: Atividades escolares , Olhares e pareceres , Parlamento dos Jovens
25 de Abril Sempre! Fascismo Nunca Mais!
É preciso lembrar e comemorar abril. É urgente ensiná-lo às novas
gerações. É necessário ter consciência que a liberdade não é uma conquista definitiva.
Para ensinar e relembrar o dia extraordinário que pôs fim a 48 anos de
Ditadura, o grupo disciplinar de História concretizou duas grandes iniciativas
subordinadas a estes objetivos: Conhecer as consequências do colonialismo do
Estado Novo - Identificar as três frentes de batalha da Guerra Colonial - Ouvir
o testemunho de intervenientes diretos no conflito - Aprender e explorar poemas
e canções sobre a Guerra Colonial - Recolher informação sobre a Guerra Colonial
- Relacionar a História local com a História nacional - Refletir sobre a
herança da Guerra Colonial.
Ao longo do segundo período, os alunos realizaram pesquisas junto de familiares que viveram em
África ou aí cumpriram serviço militar, em livros e na Internet, sobre o tema
Guerra Colonial. Recolhida e explorada a informação, elaboraram-se os trabalhos
para as duas grandes atividades.
A primeira atividade foi a Exposição - Guerra Colonial: um passado
recente - que esteve patente no átrio principal da Escola, na semana de 23 de
abril a 02 de maio. Foi constituída por trabalhos realizados pelos alunos do
9.º ano: quadras e desenhos; fotografias de familiares de alunos que cumpriram
o serviço militar numa das três frentes de guerra, em África; espólio
fotográfico, gentilmente cedido pelo Senhor António Duarte Carvalho, um
apaixonado pela temática da guerra e que tem desenvolvido um interessante e
necessário trabalho de recolha de fotografias relativas à Guerra Colonial e
objetos africanos como máscaras e outras esculturas em madeira, capulanas,
cestaria, material militar usado na guerra (secretária do mato, utensílios para
o banho no mato, farda e equipamento usado em África, jornais de caserna)… que
a generosidade de algumas pessoas e do RI 13 permitiu englobar na Exposição. O
grupo disciplinar de História agradece a boa vontade do aluno Luís Reboredo do
9.º C e da sua mãe, assim como da professora Ana Alencoão e do RI 13, que
disponibilizaram muitos objetos e materiais.
A segunda atividade, a Palestra -
Testemunhos na Primeira Pessoa, teve como intervenientes: Dr. Ângelo Sequeira,
Prof. Ribeiro Aires e Prof. Carlos Almeida, que cumpriram serviço militar em
Moçambique, Guiné-Bissau e Angola,
respetivamente, decorreu na segunda-feira - 23 de abril. Estiveram presentes
alunos do 9.º ano, 11.º F e 12.º E. Aprendeu-se muito e o entusiasmo dos
oradores e as suas histórias e estórias de Guerra prenderam a atenção de todos.
Não podemos reproduzir todas as
palavras ditas, mas ficaram na memória: as condições das viagens de barco que,
para Moçambique, era um mês no mar, não iam pelo Canal do Suez, contornavam o
Cabo da Boa Esperança; as difíceis condições em que se sobrevivia no mato, por
vezes, retratado com humor, como aquele militar responsável por um pequeno
pelotão que estava esquecido no meio do nada. Quando, finalmente, foram
resgatados, eram um grupo de barbudos com a farda em fiapos. Perguntam-lhe:
Desde quando é que estão aqui? Resposta pronta: Quando o Vasco da Gama passou
para cima, nós viemos para baixo!; Saber
da alimentação monótona e tristonha proporcionou espanto e alguns sorrisos.
Alturas havia em que a água parecia chocolate, não pelo sabor/odor, mas pela
cor. Comia-se, sempre, arroz, salsichas e fiambre, por vezes já com um cheiro
nauseabundo. Os oficiais, segundo o testemunho do Dr. Sequeira, eram mais bem
alimentados. Em todas as refeições, um soldado fardado de modo irrepreensível,
apresentava a lista que continha verdadeiras iguarias da haute cuisine como
Pescada à Meuniére,… durante uns momentos
debatia-se, hesitava-se na escolha… por fim, decidiam-se pela sugestão
do Chefe - arroz, feijão frade e atum! Não havia outra coisa!
No final homenagearam-se os que
combateram na insensata guerra que custou a vida a cerca de 9 mil soldados e
feriu 100 mil. A Bárbara Taveira e a Laura Félix, do 9.º B, declamaram O Menino
de Sua Mãe de Fernando Pessoa e alunos do 9.º B e do 9.º C cantaram Aquele
Inverno dos Delfins que termina assim… lembrar o que alguém que voltou veio
contar… recordar… recordar…
Foi o que fizemos!
0 Response to "A Presença de Vila Real na Guerra em África"
Enviar um comentário