Ivo Cardoso e Maria João Nunes | 12.º E
Portugal,
o nosso país, atualmente, é alvo de uma visão depreciativa, pela parte dos
estrangeiros e pela parte dos próprios portugueses. Mas nem sempre foi assim,
esta “ocidental praia lusitana” já foi o maior império do mundo, tendo os seus
padrões espalhados por quatro continentes e monopolizando, quase por completo,
as rotas comerciais do chá, das especiarias e do açúcar, o que tornava a nossa
pátria numa superpotência económica nos séculos XV e XVI.
Então,
qual é a causa geradora deste olhar pejorativo sobre um dos países mais antigos
do mundo? A meu ver, a causa assenta nos próprios portugueses. Somos nós,
insaciáveis e ambiciosos compulsivos, que esperamos sempre por mais, e nunca
nos contentamos com o que temos. Somos filhos de uma nação de heróis, de
lutadores de espadas e de penas, e, mesmo assim, deixamos a autocomiseração
falar mais alto do que o orgulho em ser português.
É
verdade que nos dias de hoje estamos na chamada “cauda da Europa”, as inovações
tecnológicas, as modas, até as músicas, antes de cá chegarem, já passaram por
países como a França, a Alemanha ou o Reino Unido. Mas também é verdade que
estamos em recuperação de uma crise económica que nos abalou a todos e que, no
entanto, teve a sua origem, tal como as modas e as tecnologias, nos países
nórdicos, mais ricos e supostamente mais evoluídos.
Podemos
estar atrasados em certos aspetos do agora, mas fomos pioneiros numa série de
áreas quando os outros, estrangeiros, não o foram. Fomos pioneiros na abolição
da pena de morte, fomos pioneiros na expansão marítima, até fomos pioneiros no
fim da escravatura. Os Estados Unidos ainda a teriam por mais 100 anos.
Posto
isto, só quero demonstrar que não temos necessidade de buscar o que há lá fora,
porque o que já é nosso por direito, herdado dos nossos antepassados que tanto
lutaram por esta maravilhosa terra, é mais do que suficiente. É urgente impedir
esta visão errada de que o que vem do estrangeiro é melhor, de que o que tem
nomes franceses ou ingleses escritos na capa supera qualquer produto nacional.
Já
disse Eça de Queiroz, no ano de 1888, na voz do seu João da Ega, que “Aqui
importa-se tudo. Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas,
ciências, estilos, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em
caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos de
Alfândega: e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas
mangas…”. Pois passaram mais de 13 décadas e a crítica continua atual.
Concluindo,
há que deixar de ter pena de nós mesmos, deixar de invejar e tentar imitar os
outros e passar a ter orgulho na nossa casa “à beira mar plantada” a que
podemos chamar de peito feito de Portugal.
Sou português, sou o vencedor de dois
prémios Nobel, sou campeão europeu no futebol e na música. Sou o
secretário-geral da ONU e a 5ª língua mais falada no mundo. Sou patrimónios
materiais e imateriais da Humanidade. O nosso país é o que nós quisermos que
seja, é o povo e as suas conquistas, e será as nossas conquistas no futuro, por
isso, posso dizer que, para além de ser português, sou muito mais do que isso,
sou Portugal.
Miguel Figueira | 11.º C
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