Redes Sociais - Combate à Discriminação
A participação da Escola S/3 S. Pedro no Parlamento dos
Jovens - Ensino Básico é já uma tradição com alguns anos. Este ano houve
algumas novidades - a Mesa foi constituída, pela primeira vez, por alunos - a
Dra. Julieta Sampaio, criadora deste projeto, esteve presente e os trabalhos
foram coordenados pela Dra. Deolinda Abreu, responsável pelo projeto na DREN.
Estiveram presentes oito escolas do distrito; da Escola
EB2,3/S Miguel Torga de Sabrosa embora inscrita, não compareceu ninguém. A
primeira mesa foi constituída pelo Engenheiro Rui Santos, deputado do PS à
Assembleia da República, natural de Vila Real e que estudou nesta Escola, onde
o seu pai foi professor, a Dra. Dolores Monteiro, vereadora da Educação e
Cultura da Câmara Municipal de Vila Real, Dr. Vítor Prada Pereira, Diretor
Regional do Norte do Instituto Português da Juventude, Dra. Cecília Barata,
Representante da Assembleia da República e Dra. Isabel Cruz, Diretora-adjunta
da DREN.
Encerrados os discursos de abertura, iniciou-se a sessão de
perguntas ao deputado, Engenheiro Rui Santos. A nossa Escola foi a primeira a
intervir. A Cristiana Fernandes, do 8.º F, que participou pela primeira vez
neste projeto, formulou de modo claro e seguro a questão:
Na nossa democracia, o poder legislativo compete à
Assembleia da República, mas o Governo, que tem o poder executivo, também pode
fazer leis. Exmo Senhor Deputado, gostaríamos que nos esclarecesse sobre a
diferença entre as leis que são iniciativa da Assembleia da República e as leis
que são iniciativa do Governo.
A Dra. Julieta Sampaio
virou-se para trás e mostrou o seu agrado em relação à nossa pergunta,
pronunciando um muito bem. Seguiram-se as intervenções das outras escolas, umas
mais interessantes que outras, versando as questões sobre temas diferentes,
como: o abandono do interior do país - a disciplina de voto - implicações da
crise atual na discriminação - exceções na austeridade… foram quatro rondas de
questões ao Senhor Deputado Rui Santos. Nas respostas sobressaíram e retivemos
algumas afirmações:
- Austeridade sobre austeridade não é bom caminho;
- Desde o 25 de abril de 1974 que há défice que se acumulou
todos os anos;
- Há três áreas nas quais não se pode desinvestir -
Educação - Saúde - Segurança Social;
- Confunde-se racionalização com encerramento de serviços,
como os centros de saúde.
A apresentação dos projetos de recomendação de cada escola
foi o momento que se seguiu. É a ordem alfabética que determina a apresentação,
assim sendo, a nossa Escola foi a última. As medidas propostas eram muito
idênticas, só a Escola EB2,3 Monsenhor Jerónimo do Amaral de Vila Real decidiu
seguir outra via, enveredou pela discriminação das pessoas deficientes.
O debate na generalidade durou pouco. Nós fizemos uma
observação ao Projeto de Recomendação da Escola S/3 Camilo Castelo Branco,
porque as suas medidas estão muito longas, devido a terem acrescentado a
justificação. Eles não aceitaram a nossa crítica, mas nós tínhamos razão.
Seguiu-se a votação para escolher o projeto que ia
representar o distrito na Sessão Nacional que vai decorrer nos dias 7 e 8 de
Maio, na Assembleia da República, em Lisboa. Ganhou o nosso projeto com 12
votos. Foi bom ver o nosso trabalho reconhecido.
Após a pausa para almoço, iniciou-se o debate na
especialidade. A terceira medida do nosso projeto foi eliminada. Na primeira
medida mudou-se a proposta de debate para campanha. Foi lindo, magistral, ouvir
e ver o nosso deputado, João Caramelo, explicar a toda a gente a diferença
entre um debate e uma campanha. Foi aditada ao projeto a segunda medida da
Escola S/3 Fernão de Magalhães, de Chaves. Este facto fortaleceu a empatia que
tinha surgido, ao almoço, entre os deputados da nossa Escola e esta Escola de
Chaves, aliás a única desta cidade que concorreu. O nosso deputado, João
Caramelo, gastou muitas energias e tempo a defender o projeto de todas as
observações e críticas que lhe foram feitas. Foi duro, foi preciso resistência.
O momento de maior
nervosismo e tensão é, sem dúvida, a votação para escolher as escolas que vão
representar o distrito na Sessão Nacional. Todas querem ir, mas só duas serão
eleitas e poderão concretizar essa vontade. Há negociações, promessas, acordos…
O apuramento dos votos demora, vai-se enganando a ansiedade
com o enorme chocolate que a nossa professora levou. Por fim o veredito: as
escolas que vão à Sessão Nacional são a Escola S/3 Camilo Castelo Branco e… a
nossa. Ambas tiveram dez votos. A alegria pela vitória foi muita. Para a Erica
Amaral do 9.º C e a Inês Monteiro do 9.º A é a segunda vez que vão a Lisboa.
Para o João Caramelo do 7.º B é uma estreia. É o terceiro ano seguido que a
nossa Escola é eleita para a Sessão Nacional.
Gostávamos que os deputados da Escola S/3 Fernão de
Magalhães também fossem, entendemo-nos muito bem com eles, mas a democracia é
assim, quem decide são os votos.
Faltava a última fase deste dia - a eleição do porta-voz do
nosso distrito à Sessão Nacional. O deputado João Caramelo, entusiasmadíssimo,
foi o primeiro a candidatar-se. Os dois deputados da Escola S/3 Camilo Castelo
Branco também apresentaram a sua candidatura. O nosso deputado teve que retirar
a candidatura porque ele foi, na Sessão Escolar, o terceiro deputado, ou seja,
ele vai a Lisboa na função de repórter e não de deputado. Ficou descoroçoado. A
Senhora Presidente da Mesa, Patrícia Barreira, aluna da Escola EB2,3 Júlio do
Carvalhal de Valpaços encerrou os trabalhos desta Sessão Distrital.
O lanche estava um pouco atrasado, o que permitiu o
convívio entre todos os participantes, tiraram-se fotografias, trocaram-se
números de telemóvel e e-mails. Estando o lanche pronto, fomos todos recuperar
forças e energias com as deliciosas sandes, bôla de carne, bolinhos, sumos e
refrigerantes.
No balanço final desta Sessão Distrital é necessário focar,
de igual modo, o que correu menos bem. Este ano houve muito menos escolas a
participar. No ano passado eram dezassete, este ano apenas oito. Isto
entristeceu-nos. É mais animado e interessante quando há mais escolas. O nosso
distrito vai ser dos que têm menos representantes na Sessão Nacional.
Na maioria, todos agiram com civismo e educação, mas alguns
deputados, poucos, felizmente, não estiveram à altura das suas funções:
- Dois deputados saltaram por cima da cadeira para saírem
ou regressarem ao seu lugar. Foram chamados à atenção.
- Houve deputados que se dirigiam à Mesa sem terem pedido
autorização. A Presidente ordenou-lhes que regressassem aos seus lugares.
- Outros entraram em diálogo direto, o que não é permitido.
Foram admoestados pela eficiente e atenta Presidente da Mesa.
- Houve alunos que resolveram brincar com a eleição do
porta-voz.
- Ocorreram algumas situações em que alguns não respeitavam
quem estava a falar e conversavam ao mesmo tempo. Foi-lhes ordenado que
respeitassem os outros. A democracia não é fácil!
Uma palavra de reconhecimento para o nosso deputado
suplente, Francisco Ventura, que com a sua boa disposição e generosidade
contribuiu para o bom desempenho e sucesso da nossa participação nesta Sessão
Distrital. Eu, pela primeira vez na minha vida, exerci a função de repórter.
Gostei e aqui fica o meu trabalho.
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