Como eu vejo a pandemia...
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Como seres humanos necessitamos de contacto, sentimos falta dos sorrisos, sentimos falta dos abraços apertados, e, apesar de estarmos longe, mas sempre perto dos que mais amamos, sentimos a falta da sua companhia.
Estamos perante um espaço em branco que apenas nos deixou saudades da rotina que outrora nos aborrecia; sentimo-nos sós muitas vezes, aprendendo a usufruir da nossa própria companhia.
E nestes momentos de solidão, em que refletimos sobre o mundo, que agora é visto através de uma janela, podemos escolher o seu tamanho, e a luz que nela entra.
Quando nos encontramos neste mar sem terra à vista, damos conta de que podemos viver, ou sobreviver sem muita coisa, que antes considerávamos imprescindível.
No entanto, para além da nossa companhia, apercebi-me de que não podemos viver sem a música, sem a arte, que nos move, para não nos restringirmos à mera existência, a arte que nos acolhe nos seus braços e nos mantém viva a alma, quando tudo aquilo que podemos fazer é esperar que tudo volte ao normal, e que voltem os sorrisos, que voltem os abraços, que voltem as mãos dadas e que voltem as mesas a estar rodeadas de amigos e família.
Após tudo passar, que voltemos com mais vontade de viver e com mais amor por nós próprios e pelos outros. Que voltemos leves, mas carregados de amor para dar, para que, quando refletirmos sobre o mundo, nos dias em que este já não seja observado por um vidro embaciado pela tristeza, nos lembremos dessa mesma arte de que vivemos, e que a vida é como um filme, muitas vezes mais parecida com uma curta metragem, onde não há tempo para segundos takes, mas, no entanto, não temos medo de rir e chorar na mesma cena, ou de errar as falas ou os atos, porque para além de personagens principais, somos os realizadores.
Temos de estar mais atentos a nós mesmos, aos outros
e ao planeta que é a nossa casa comum!
Patrícia Lopes | 10.º E
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