A Rapariga com Amnésia...


Afonso Fraga | 8.º B

“A memória é o que nós somos”, costumava dizer Marta aos amigos. “Imaginem se acordassem um dia e todas as vossas memórias tivessem desaparecido. Seria mau, não seria? Tudo o que vocês são, de repente, já não existiria mais.”

Talvez por ironia do destino, numa manhã solarenga de maio, Marta acordou e olhou à volta. Não reconhecia onde estava ou o porquê de lá estar. Fez um esforço para tentar identificar o lugar onde se encontrava. Mas de nada valeu. Ainda continuava um espaço em branco na sua cabeça.

Olhou para as paredes brancas, para as cortinas rosa, para a secretária preta e para as estantes brancas. Olhou para as molduras com fotos de duas raparigas de cabelo preto, olhos verdes e com sorrisos tortos. Noutra foto, essas duas raparigas já estavam mais crescidas e uma delas usava aparelho nos dentes.

De repente, Marta começou a chorar. Queria saber o porquê de não se lembrar de nada da sua vida, de tudo o que a fazia ser quem era. Sem memória, não era nada. Decidiu levantar-se da cama. Sentiu algo a vibrar. Virou-se e reparou no telemóvel que estava em cima da mesa de cabeceira. Um rapaz chamado Rodrigo estava a ligar. “Quem será ele?” pensou Marta. “Um amigo? Um irmão?” Não saber as respostas “matavam-na”.

Abriu a porta do quarto e foi até à sala. Contemplava a riqueza da sala: os candeeiros com luzes brilhantes, as cortinas de seda, os quadros com pinturas abstratas, quando tropeçou num tapete prateado estendido no chão. Bateu com a cabeça e desmaiou. Quando abriu os olhos, encontrava-se na sua cama. A sua memória tinha voltado. Afinal, tudo não tinha passado de um sonho. O mais estranho foi que, no momento em que se apercebeu disso, o Rodrigo, o seu melhor amigo, lhe estava a ligar.

Sofia Lopes | 8.º B



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