Literatura Portuguesa...



Todas as literaturas, das diferentes culturas do mundo, foram criadas por homens e mulheres. Na 1.ª edição destacámos alguns dos maiores escritores portugueses. Nesta 2.ª edição é a vez das escritoras portuguesas estarem presentes. A Literatura no feminino é essencial para entendermos o todo de uma civilização. Selecionámos as mais conhecidas e outras, talvez menos conhecidas, mas que vale a pena conhecer.
Reproduzimos pequenos trechos de obras suas, na maioria dos casos, preferimos poemas. Porque sim!

Florbela d’Alma da Conceição Espanca - 1894 - 1930
Eu quero amar, amar perdidamente! / Amar só por amar: Aqui… além… / Amar Este e Aquele, o Outro e toda a gente… / Amar! Amar! E não amar ninguém!

Sophia de Mello Breyner Andresen - 1919 - 2004
Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo.

Agustina Bessa-Luís - 1922
Não quero cantar amores, / Amores são passos perdidos, / São frios raios solares, / Verdes garras dos sentidos. // Não quero cantar amores / Nem falar dos seus motivos.

Maria Teresa Horta - 1937
Abrigo-me de ti / de mim não sei / há dias em que fujo / e que me evado // há horas em que a raiva não sequei / nem a inveja rasguei / ou a desfaço // Há dias em que nego / e outros onde nasço // há dias só de fogo / e outros tão rasgados // Aqueles onde habito com tantos / dias vagos.

Maria Velho da Costa - 1938
Elas são quatro milhões, o dia nasce, elas acendem o lume. Elas cortam o pão e aquecem o café. Elas picam cebolas e descascam batatas. Elas migam sêmeas e restos de comida azeda. Elas chamam ainda escuro os homens e os animais e as crianças…

Teolinda Gersão - 1940
Então, de repente, rebentou a guerra. Como um terreno minado explodindo. Não foi para ninguém uma surpresa, sabia-se que ia acontecer, já tinha acontecido noutros lugares, mais tarde ou mais cedo ia chegar aqui. Portugal era um país mal governado. Mal pensado.

Lídia Jorge - 1946
Cai a chuva no portal, está caindo / Entre nós e o mundo, essa cortina / Não a corras, não a rasgues, está caindo / fina chuva no portal da nossa vida...

Adília Lopes - 1960
Quando partires / se partires / terei saudades / e quando ficares / se ficares / terei saudades // Terei / sempre saudades / e gosto assim

Dulce Maria Cardoso - 1964
Identificar os acasos que nos trouxeram ao que somos só nos torna mais frágeis. Fazemo-lo na esperança de percebermos como nos aconteceu tornarmo-nos o que somos. Em vão.

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