Angola e Moçambique...

A presença de Portugal em África, primeiro na costa ocidental e depois, também, na costa oriental, começou no século XV. Após a Segunda Guerra Mundial, intensificou-se o movimento de descolonização. Devido à resistência de  Oliveira Salazar vamos enfrentar uma guerra colonial com três frentes: Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Só após a Revolução de 25 de abril de 1974, as colónias portuguesas em África vão conseguir a independência. A Guiné-Bissau ainda em 1974 e as outras em 1975, por isso, comemoram este ano, quarenta anos de independência. Muitas feridas foram sanadas, de ambos os lados e a Língua Portuguesa é um dos mais importantes fatores de união.

Reprodução de uma escultura da artista moçambicana Reinata Sadimba
Os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) - Angola - Cabo Verde - Guiné-Bissau - Moçambique e São Tomé e Príncipe - cooperam com o objetivo de apoiar e ajudar o desenvolvimento através de acordos e iniciativas ao nível da cultura, educação, economia e promovem campanhas de apoio à difusão e preservação da Língua Portuguesa. Angola e Moçambique são países de grande dimensão geográfica, são os espaços, em África, onde há maior número de pessoas a falar Português. Os escritores dos PALOP, sobretudo os angolanos e moçambicanos, refletem, nas suas obras, a tensão existente entre a sociedade colonial europeia e a sociedade africana, misturando, de modo recorrente, a Língua Portuguesa com expressões locais e neologismos. Os escritores angolanos que mais se destacam são: José Eduardo Agualusa, cuja obra é  conhecida no mundo inteiro e está traduzida em mais de 20 idiomas. Entre os livros de sua autoria, salientamos - Nação Crioula e O Vendedor de Passados; Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela, autor de O Cão e os Calus e Luandando e José Luandino Vieira com obras como Nosso Musseque e O Livro dos Rios.
Em Moçambique, António Emílio Leite Couto - Mia Couto é o autor que apresenta um maior número de obras traduzidas, distinguindo-se os romances Terra Sonâmbula e Venenos de Deus, Remédios do Diabo. José João Craveirinha é, atualmente, considerado o maior poeta moçambicano. Foi o primeiro escritor africano a vencer o Prémio Camões, o mais importante prémio literário português. Paulina Chiziane, com Balada de Amor ao Vento, o seu primeiro livro, é a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. A criatividade destes escritores e o modo muito próprio como leem o mundo faz com que mereçam a nossa leitura.

Ana Catarina Ribeiro | 9.º F


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